Rodrigo D'Ávila entrevista

28/04/2021 18:41
Se apresenta para os leitores do Acorda Petrópolis. 
 
R. Olá, sou Rodrigo d'Avila, músico e maestro.
 
Como o interesse pela música surgiu?  
 
R. Minha história com a música remonta à minha mais tenra idade. Sou neto por parte de pai e mãe de dois músicos e maestros. O primeiro no Maranhão, Benedito Martins era um grande saxofonista, maestro e arranjador. O segundo, Roberto Catelli d'Avila, a despeito de ser tabelião por profissão, era músico pelo coração. Me apresentou desde pequeno à música clássica. Este me ensinou as primeiras notas. Tocava tuba e trombone formou muitos em muitos músicos em Petrópolis, através por exemplo, da famosa banda do São Judas Tadeu. Vez por outra ele saía com sua banda às cinco da manhã tocando pelas ruas da Mosela, no que era aplaudido por muitos e xingado por outros tantos. este foi o começo de tudo. Uma vez irremediavelmente picado pelo delicioso veneno da música, foi questão de tempo até ser escolhido, dentre tantos outros meninos, a integrar o maravilhoso "CORAL DOS CANARINHOS DE PETRÓPOLIS". O então maestro e fundador deste coral, o insigne Frei Leto Bienias me ensinou os primeiros passos nesta linda arte do canto coral. Atualmente, seu maestro, Marco Aurélio Lischt continua seu legado, e sou muito feliz por poder ser amigo do mesmo, além de poder lecionar no IMCP, esta instituição que traz tanto orgulho para a cidade de Petrópolis.
 
De lá pra cá pude trabalhar como maestro e diretor de muitos corais em Petrópolis e fora. Trabalhei como maestro do Coral do Conservatório de Petrópolis, Coral do Instituto Social São José, CORAL DAS PRINCESAS DE PETRÓPOLIS E Coral da PETROBRAS, entre outros. Todos a minha vida foi dedicada à música, embora tenha até tentado outras coisas como o Direito, por exemplo. Mas a música é mais forte que todo o resto.
 
 
Quando criança, imaginava ser o músico que é hoje? 
 
R. Nunca imaginei, mas a música sempre esteve presente na minha vida. Tanto é que estudei administração e direito, antes de entrar na faculdade de música.
 
Quem são seus ídolos? 
 
R. Tenho muitos ídolos, na música clássica, Bach, e o Maestro Nikolaus harnoncourt. Na música popular, George Benson e Milton Nascimento. Mas daria pra ficar horas falando dos meus ídolos. são muitos mesmo.
 
Qual sua maior fonte de inspiração?  Na hora de compor existe algum processo que você segue? 
 
R. Eu normalmente não me inspiro. Meu processo de composição é muito racional.  mas é claro que há pensamentos reflexivos. Minha cidade, Petrópolis, e sua natureza são coisas que me inspiram sempre.
 
Existe algum momento que possa definir como o mais marcante da carreira?
 
R. Houve muitos momentos marcantes, vou citar uns dois ou três. Ter tocado com o Sivuca, com o Guilherme Arantes e com a Jane Duboc
 
Qual seu sonho como Maestro?
 
 Não tenho nenhum grande sonho, mas quero tocar jazz muito bem. Esse é o meu maior sonho e desafio.
 
Qual significado do Festival de Música Petropolitana  pra você e o que você espera daqui pra frente? 
 
Acho que o resgate dos festivais de música é uma coisa muito importante. Ela faz uma relação artista /público de maneira direta, sem intermédio de produtores e gravadoras. Isso é bom para o público e para o artista.
 
 
Para encerrar, quem é Rodrigo D'àvila aos olhos do próprio Maestro? 
 
Eu acredito que eu seja generoso, mas genioso também. Tendo a me exacerbar quando vejo injustiças e desrespeito. Em geral, depois destes rompantes, sempre me arrependo. Enfim, a gente tem que aprender a se perdoar, e isso tenho tentado.